quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Sabia que... (Genealogia)

Sabia que...


Na Casa das Mouras, a família de Columbano Pinto Ribeiro de Castro Portugal da Silveira, tinha já o hábito e a preocupação de registar os eventos familiares para memória futura das posteriores gerações? Desde a sua mudança para esta Casa em 1835, quando se casou com D. Efigénia Amália de Moura Torres, Columbano dedicou-se a reunir o maior número de informações sobre a própria família. Desde a conservação dos testamentos de todos os seus familiares paternos, passando pelo historial do Morgado de Nossa Senhora da Vela instituído por seu tetravô, Columbano continuou essa tarefa, apontando os eventos familiares que tinham lugar na sua casa.


Certidão de Carta de Brasão de Armas (PT/AMPNF/CMOU/MPRC/cd.12)

  De 1835 até aos primeiros anos da década de 1870, Columbano apontou dados sobre seu casamento e sobre o nascimento dos nove filhos que teve com D. Efigénia. Nos cinco rapazes que nasceram, deu-nos ainda as informações relativas ao percurso profissional que tomaram, desde a frequência na Universidade de Coimbra com datas de entrada e saída, a acontecimentos específicos como o ferimento de bala que seu filho Augusto sofreu ainda jovem ou o agraciar com a Comenda da Conceição do seu filho primogénito, Columbano. Os casamentos e os nascimentos de netos foram também contemplados neste documento que Columbano Portugal da Silveira nomeou de "Livro de notas neçesarias e emdespençaves à Caza". Já as informações que o próprio nos deu acerca da sua ascendência paterna, foram com certeza retiradas da cópia da "Carta de Brasão de Armas" que possuía, instituindo o título de Fidalgo Real no ano de 1741 a seu avô Manuel Pinto Ribeiro de Castro, um proprietário endinheirado, com carreira de Leis e morador na Rua das Flores.

Colleção dos Titulos (PT/AMPNF/CMOU/CPRCPS/lv.2)

  Além destes, contam-se ainda um livro intitulado "Colleção dos Titulos", onde se destaca toda a história relativa ao Morgado de Nossa Senhora da Vela, desde a instituição em 1673 por Belchior Ribeiro, passando pelos sucessivos administradores, pela 2ª instituição e consagração deste a Nossa Senhora da Vela por Manuel Pinto Ribeiro de Castro, até acabar no 5º e último administrador, Columbano Portugal da Silveira, que o herdou como único herdeiro de seu pai, o Desembargador Columbano Pinto Ribeiro de Castro. Curioso o facto de, neste livro e no "Livro de notas neçesarias e emdespençaves à Caza", possuir-se na primeira página de ambos, um verso sem autor assinado mas que se crê ser da autoria de Columbano: “Assim, apesar do tempo, da verdade para a glória, do passado para o futuro, se faz presente a memória”.

Livro de notas neçesarias e emdespençaves à Caza (PT/AMPNF/CMOU/CPRCPS/lv.8)

Estes versos juntamente com a documentação encontrada: os apontamentos pessoais relativos aos eventos familiares, aos antepassados, a preservação de documentos antigos como testamentos no Arquivo, e ainda a existência de obras de genealogia como a "Historia Genealogica da Casa Real Portugueza", na parte de Biblioteca, comprova a importância que as famílias e sobretudo a família de Columbano Pinto Ribeiro de Castro Portugal da Silveira, deu à memória, na tentativa de perpetuar as histórias e toda a linhagem à qual pertencia, aos seus descendentes. Infelizmente quase toda a família se extinguiu, passando depois a Casa das Mouras para não familiares, mas não se perdeu, vindo à luz do dia graças ao nosso estudo.


Texto elaborado por Vilma Cardoso

(Fonte: Arquivo da Casa das Mouras, PT/AMPNF/CMOU. Arquivo Municipal de Penafiel)

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