terça-feira, 9 de setembro de 2014

Sabia que... (História do Arquivo da Casa das Mouras)

Sabia que…

Na vila de Rio de Moinhos, concelho de Penafiel, encontrou-se numa casa rural de grandes dimensões e sem aparente ligação à nobreza, um arquivo de volume considerável e que se revelou bastante importante para a história tanto da família que a habitou como para a história local e nacional? Trata-se do Arquivo da Casa das Mouras (PT/AMPNF/CMOU), o qual encontra-se depositado no Arquivo Municipal de Penafiel.


Aspeto geral da Casa das Mouras




Pertencente a uma família de proprietários rurais desde os finais do século XVIII, os Moura e Castro, a casa da qual não podemos apontar uma data exata de construção e que se crê ter sido alvo de acrescentos ao longo dos anos, veria em 1835, a constituição de um arquivo importante através do casamento de uma das mulheres desta família, D. Efigénia Amália de Moura Torres com um fidalgo real e morgado natural do Porto, Columbano Pinto Ribeiro de Castro Portugal da Silveira. Seria este, herdeiro único da herança de seu pai e da administração do Morgado de Nossa Senhora da Vela, que mais contribuiria para o aumentar deste arquivo e a sua conservação, trazendo toda a documentação do morgadio que administrava, assim como a documentação dos seus antepassados paternos, agregando-a aos documentos que a família de sua esposa, D. Efigénia, produzira até ali.


Sala onde se encontrava a documentação
Columbano seria ainda, o maior produtor de informação pelos anos que se seguiriam, legando-nos quase sete dezenas de documentos da sua autoria, até ao ano do seu falecimento em 1877. Este acervo, constituído por 335 documentos de arquivo e englobando ainda uma parte de biblioteca com 465 livros, ficou na posse da família de Columbano e D. Efigénia até aos anos 20 do século XX, onde, por esta altura morriam as últimas filhas da sua numerosa prole. A Casa das Mouras, cujo nome adveio de uma tradição oral que a apelidava das “Mouras” por causa da presença das mulheres da família Moura, passaria depois para as mãos de não familiares, mas conservar-se-ia até 2004, este acervo rico e surpreendente, numa das salas da casa, cujas condições não eram as ideais, mas que permitiram que sobrevivesse até ser depositado no AMPNF nesse mesmo ano.



Brevemente, mais histórias da Casa das Mouras e dos seus habitantes serão contadas. Não percam!

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