quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Sabia que...(Ascenção José de Azevedo e Sousa)

Sabia que…

José de Azevedo e Sousa, fundador do Morgado de Paço de Sousa, era um grande tanoeiro, seguindo os passos de seu pai, o que nos dá a entender que seria um negócio já respeitável. Quando o conhecemos como comerciante, ele não era um qualquer, os seus negócios passavam pelo comércio e produção de Vinho do Porto, que durante séculos e até aos dias de hoje gera riqueza. Além de produtor também pertencia à Companhia da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, onde era acionista habilitado ao exercício de cargos na Junta de Administração, de provedor, vice-provedor, ou deputado. Sabemos que as suas adegas se localizavam em Canelas, e que possuía 114 pipas pelo menos no ano de 1777 (*). 


Alguns artigos levam-nos a pensar que esteve envolvido na Revolta dos Tanoeiros (antes da fundação da Companhia), dado ainda a ser confirmado, sendo identificado como um dos mais ricos tanoeiros do Porto, dando a volta aos Ingleses, prejudicando o negócio deles nas partidas de vinhos(**) .
Era também acionista da Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba, o que demonstra que alargou os seus negócios para lá do Atlântico. Era dono de Armazéns de Vinho de Porto, em Gaia e fora estes negócios, ao adquirir a Quinta de Paço de Sousa, começou a receber uma série de rendas sobre direitos dominicais, lutuosas, laudémios, etc. Outro sinal de riqueza da parte de José de Azevedo e Sousa era este pertencer à Ordem de Cristo, hábito que consegui através de uma carta padrão.



Há no entanto muito mais a dizer sobre este senhor, por isso fiquem atentos às nossas publicações…

Texto elaborado por Cecília Gomes

(*) PEREIRA, Gaspar Martins – A Companhia das Vinhas do Alto Douro em 1784, segundo um relatório de Luís Sousa Coutinho, Douro – Estudos e Documentos. Vol.9, 200, págs. 155-174.

(**) CARDOSO, António Barros- A normalização de vinhos do Douro (da crise comercial de 1754 à instituição da Companhia dos Vinhos. In Revista da Faculdade de Letras, Porto III Série, Vol. I, 2002, págs. 63-95.

(Imagem gentilmente cedida pela Dr.ª Filomena Alpendurada, actual proprietária da Casa e Quinta da Companhia)

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