segunda-feira, 1 de maio de 2017

                E como hoje comemoramos a Liberdade, lembramos aqui um penafidelense que lutou contra o regime de Salazar.
Bispo do Porto – D. António Ferreira Gomes, natural da paróquia de S. Martinho de Milhundos, da Casa da Quebrada, nasceu a 10 de Maio de 1906. Frequentou a escola primária de Milhundos (com o mestre-escola Bernardino Pinto Leal). Em 1916 entrou para a Seminário Diocesano do Porto, e foi ordenado presbítero em 1925. Vai para Roma e completa os estudos eclesiásticos na Universidade Gregoriana. Regressa e, é nomeado Vice-Reitor do Seminário de Vila. Em 1936, foi nomeado Cónego da Sé do Porto.
Em 1948, é Bispo de Rando e Coadjutor do Bispo de Portalegre. E sucede-lhe em 1949, como Bispo de Portalegre.
No dia 13 de Julho de 1952, foi nomeado Bispo do Porto, com entrada solene em 12 de Outubro desse ano. Serviu a Diocese do Porto durante 30 anos. Penafiel acolheu a notícia da sua nomeação para Bispo do Porto, com muita alegria. Foi recebido em Novembro, na Câmara Municipal de Penafiel e teve cerimónia religiosa no Santuário de N.º S.ª da Piedade e Santos Passos (Sameiro).
Escreve a carta a Salazar em 1958, e durante 10 anos, o então regime forçou-o a andar por Espanha, França, Alemanha, e Itália. Mas nunca se esqueceu da sua terra, as suas raízes. Teve um dedicado e amigo fotógrafo Penafidelense, António Guimarães (Antony).
Escreveu na revista “Confluência” (1987), “Penafiel, Apontamentos de Alguma Toponímica Regional”, e assinava com o pseudónimo “Gomes Penafiel”. Foi condecorado com a Medalha de Honra da Cidade e Concelho de Penafiel em 1982.
D. António foi um intelectual, filósofo, pensador e pedagogo, com muitas publicações e uma Carta ao Papa. Foi uma destacada figura da Igreja em Portugal na defesa do humanismo cristão e dos valores da liberdade.
Resignou em 1982. Faleceu a 13 de Março de 1989. Está sepultado num mausoléu, no cemitério da Freguesia de Milhundos. E o seu nome foi dado a uma rua de Penafiel (a que vai da cidade para Milhundos). E aí erigiram-lhe uma estátua em sua memória.
Foi condecorado com as Grã-Cruz da Ordem da Liberdade (19809, e Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo (1983), e outras condecorações.


         Cf. FERREIRA, José Fernando Coelho. Ilustres Eclesiásticos Penafidelenses. Notícias de Penafiel, Penafiel, 21 de outubro. 2016. Edição n.º23. p.8.

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